Segundo informações
veiculadas pela revista inglesa Autocar, os responsáveis pelo planejamento de
produto estão a trabalhar numa estratégia segundo a qual a Jaguar irá desligar
a ficha dos veículos com motores de combustão interna nos próximos sete anos,
substituindo-os por modelos totalmente elétricos.
Uma decisão arrojada que
se tiver a aprovação da administração do grupo britânico propriedade da indiana
Tata, irá alterar toda a história da centenária marca inglesa.
Ainda segundo as linhas mestras deste plano estratégico, o mal amado XJ seria substituído por uma berlina de luxo com motor elétrico num prazo de dois anos olhando, diretamente, para o Porsche Taycan e, inevitavelmente, o Tesla Model S. O novo XJ seria um regresso aos tempos áureos do modelo, na década de 60 do século passado, mas com um gostinho do futuro graças á motorização elétrica. Como seria isso conseguido? Através de reforço do luxo e qualidade com muita tecnologia á mistura e o reinventar, absoluto, do tradicional habitáculo da Jaguar.
No caso dos modelos XE e
XF, o ciclo de vida de ambos terminará em 2023, caindo na corrente do tempo no
tal prazo que a Jaguar tem para desligar a ficha aos motores de combustão
interna e ligar a eletricidade. Ambos veriam os seus conceitos ligeiramente
redesenhados para que seja possível oferecerem algo mais que apenas as zero
emissões, tendo uma vez mais como “benchmark” os modelos da Tesla.
O Jaguar i-Pace terá uma
segunda geração em 2025 e poderá ter mais que uma versão, já que nessa atura,
tanto o E-Pace como o F-Pace já terão chegado ao final do seu ciclo de vida e
não terão sucessores. Para o i-Pace não ficar sozinho, a Jaguar planeja dar ao
SUV de grandes dimensões J-Pace (está a caminho a versão com motor de combustão
interna) uma versão elétrica, mas só a partir de 2027 ou 2030, dependendo das
vendas. Nesta altura, já a Jaguar virou a página e será uma marca puramente
elétrica. Fica por saber o que será feito com o F-Type nas suas diversas
configurações (coupé e roadster) pois o seu ciclo de vida termina em 2020. Não
estará fora de equação, neste programa, um Jaguar desportivo com motor
elétrico.
Este programa desenhado
pelos responsáveis do planejamento core paralelamente ao programa que inclui
modelos com motores de combustão interna, nomeadamente, os Ingenium onde a
Jaguar Land Rover investiu milhares de milhões que, agora, seriam atirados para
o caixote do lixo.
Algumas projeções indicam
que a Jaguar poderia vender 300 mil unidades por ano de modelos puramente
elétricos. O truque que faz os responsáveis da casa de Coventry apostar,
seriamente, nesta ideia está na possibilidade de vender os carros muito mais
caros, logo com maior margem de lucro. E a crença instalada que no segmento do
luxo, a moda dos modelos elétricos irá se manter. Finalmente, com tudo isto, a
Jaguar reduzira de forma evidente a sua média de emissões poluentes, até as
reduzir a zero.
Como dissemos, o plano
está desenhado, mas falta ter a luz verde da administração do grupo Jaguar Land
Rover que está numa encruzilhada: as berlinas da Jaguar não estão a vender e,
nesta altura, o modelo mais vendido é o E-Pace, o que não estava nos planos. Os
preços demasiado elevados, o “Brexit” e as dificuldades nas unidades fabris no
Reino Unido não estão a facilitar a vida aos homens da Jaguar.
Finalmente, há
que equacionar se o investimento brutal feito na plataforma MLA em alumínio e
nos motores Ingenium, que servem as berlinas XE, XF e XJ, exige que se trabalhe
em novas gerações de modelos com menor performance comercial e se há futuro
nesses modelos. Na administração da Jaguar, há quem defenda este plano, porém,
a relação risco/recompensa tem de ser bem equacionado para evitar acabar, de
vez, com uma marca de prestígio como a Jaguar.
VerdeSobreRodas, o ponto de encontro com a
mobilidade sustentável
Postagem: Jaguar quer substituir modelos a combustão interna por elétricos
Publicado no
Verdesobrerodas
Por Auto+ conteúdo
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