O Salão de Frankfurt, que
foi aberto ao público nesta quinta-feira, 12, deixa claro que, para as
montadoras, o carro elétrico é um caminho inevitável. Em praticamente todos os
estandes das marcas os automóveis movidos a energia elétrica ou híbridos são as
atrações principais e se antes os modelos eram exibidos como ideias
conceituais, para um futuro distante, agora a intenção é mostrar que o futuro
virou presente.
Nas apresentações feitas pelos executivos para jornalistas na cidade alemã, ao longo da semana, as palavras mais usadas foram eletromobilidade e sustentabilidade. Nesse contexto, houve um esforço por parte das empresas de fazer um mea culpa. Chegaram a dizer que, se a indústria era parte do problema da emissão de gases poluentes, também devia ser parte da solução.
No entanto, ao mesmo tempo em que
apresentam o carro elétrico como o futuro do setor, as empresas se deparam com
duas grandes barreiras: a falta de infraestrutura para recarga dos automóveis e
o custo alto para a produção, o que eleva o preço ao consumidor.
Conhecida no Brasil e no mundo
por ser uma marca popular, a Volkswagen mostrou em Frankfurt que quer levar o
carro elétrico às classes médias. O compacto ID.3 será inicialmente vendido na
Europa por menos de 30 mil euros, preço considerado mediano para o mercado
europeu. Não à toa, a empresa apelidou o carro de "o elétrico
popular".
Para minimizar a questão da infraestrutura,
a montadora tem no continente a própria rede de recarga, que, em parceria com a
Ionity, soma mais de 100 mil pontos. Mesmo assim, o tempo que o motorista
levará para fazer a recarga ainda é um problema, pois demora mais do que encher
o tanque em um posto de gasolina.
O ID.3 tem autonomia de 550
quilômetros e precisa de uma carga de 30 minutos, em uma tomada de 100 kW, para
rodar mais 290 quilômetros. Como atrativo, a Volkswagen vai oferecer aos
compradores do automóvel a opção de carregar gratuitamente por um ano, desde o
primeiro dia de registro do carro, até um máximo de 2 mil kWh.
Para o mercado brasileiro o
caminho é mais distante. Se na Europa os elétricos representam menos de 2% do
mercado, no Brasil isso chega apenas a 0,02%. A Volkswagen acredita que é
possível lançar um carro elétrico no País somente no fim de 2021. Não seria
necessariamente o ID.3, mas um automóvel da mesma família. E, diferentemente da
Europa, o modelo miraria as classes mais altas, em razão do preço.
Na infraestrutura, um grupo de
cinco montadoras, que inclui a marca alemã, tem conversado com empresas de
energia e tecnologia para viabilizar uma rede de recarga no Brasil. A ideia
seria começar pelo Estado de São Paulo, com um ponto a cada 100 ou 200
quilômetros. À medida que o mercado for crescendo, novos pontos seriam
instalados para diminuir a distância entre um e outro.
Outras marcas presentes no salão,
como Honda, Ford e Mercedes-Benz, também mostraram carros elétricos e híbridos
em seus estandes. Em quase todas o automóvel era acompanhado de um ponto de
recarga com tomada para demonstração, num esforço das empresas em mostrar para
os consumidores que se trata de um modelo viável para o curto prazo.
Em coletiva de imprensa, a
Mercedes-Benz apresentou a meta de chegar a 2039 só com carros elétricos no
mercado, sem vender mais modelos movidos a combustão. Antes, em 2030, a
montadora quer que metade das vendas seja de elétricos. Mais cedo ainda, em
2022, a empresa pretende que todo o processo de produção dos veículos seja
neutro em relação à emissão de gás carbono.
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mobilidade sustentável
Postagem: Para as montadoras carro elétrico é um caminho inevitável
Publicado no
Verdesobrerodas
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