O Salão do Automóvel 2018 marca a
maior investida das montadoras nos carros elétricos no Brasil.
Além de diversões modelos apresentados, algumas marcas colocaram seus veículos para serem testados pelos visitantes enquanto três fabricantes anunciaram a venda de automóveis 100% movidos a eletricidade.
Além de diversões modelos apresentados, algumas marcas colocaram seus veículos para serem testados pelos visitantes enquanto três fabricantes anunciaram a venda de automóveis 100% movidos a eletricidade.
Com maior autonomia e um design que pouco foge do estilo dos carros movidos a combustão, Nissan Leaf, Chevrolet Bolt e Renault Zoe parecem ser o início de uma nova era, mais limpa e consciente no Brasil. Mas na prática eles estão bem longe de serem alternativas viáveis para o consumidor nacional. E a razão é simples: os preços pedidos por eles no país ultrapassam de longe o bom senso.

Algum desconto de IPI e uma
complexa conta para que as montadoras recuperem parte do investimento. Apenas
os taxistas deverão receber um desconto de IPI e IOF se optarem por esses
carros, algo que já existe em relação aos modelos emissores de poluentes como o
dióxido de carbono.
Ou seja, pagar mais de R$ 178 mil
por um Nissan Leaf é uma insanidade ou, na melhor hipótese, uma consciência
ecológica só acessível a gente com muito dinheiro sobrando. Mesmo se levarmos
em conta o Renault Zoe, o hatch compacto elétrico que a marca francesa lançou
no salão por R$ 149.990 a conta não fecha.
Pequeno e um tanto apertado, o
Zoe é capaz de rodar um quilômetro gastando apenas 10 centavos de real, segundo
a Renault. Algo maravilhoso não fosse o fato de que um Kwid da mesma montadora
capaz de gastar 25 centavos para percorrer a mesma distância com etanol -
baseado na média nacional de preços divulgada pela ANP.
Em outras palavras, os 15
centavos de economia por km rodado exigiriam que o dono do Zoe percorresse nada
menos que 720.000 quilômetros para recuperar os R$ 108.000 desembolsados a mais
pelo carro elétrico em relação ao Kwid Intense, versão mais equipada do
compacto nacional. Claro que o importado é um carro mais sofisticado e caro de
produzir, mas nada justifica tamanha diferença.
Se você não consegue
imaginar o que significa essa distância basta dizer que é quase ir da Terra à
Lua e voltar (768,8 mil km em média). Se existisse uma “estrada” entre nosso
planeta e o satélite natural nosso hipotético motorista levaria 400 dias
dirigindo a 80 km/h de forma ininterrupta para já quase de volta à Terra
“comemorar” o fato de passar a economizar dinheiro com seu veículo.
Em suma, o mercado de
carros híbridos e ecológicos precisa de um empurrão e não de um
"soprinho" para sair do lugar. Isso se traduz em isenção total de impostos,
mas que seja dada ao comprador do veículo e não para a cadeia produtiva que, como
se sabe, nem sempre faz esse “incentivo” chegar à tabela de preços. Algo como
vemos no mercado PCD e que tem surtido efeito nas vendas. Quem sabe até mesmo
oferecer os elétricos para esse público não seria nada mal.
VerdeSobreRodas, o ponto de encontro com a
mobilidade sustentável
Postagem: Salão de São Paulo marca investida nos carros elétricos
Publicado no
Verdesobrerodas
Por AUTOO conteúdo
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