Defensor de uma
mobilidade cada vez mais sustentada, Gerald Killmann, vice-presidente da Toyota
Motor Europe (TME) para a área de Pesquisa e Desenvolvimento, garante que as
tecnologias de veículos elétricos com baterias e de pilha de combustível (fuel
cell) podem coexistir no futuro, até porque ambas têm traços que se
complementam.
Em declarações exclusivas
ao Motor24, Killmann, refere que não se
deve olhar para as tecnologias de mobilidade sustentada de forma radical, antes
procurando observá-las de maneira complementar.
“Faz sentido que exista uma escolha entre o elétrico e o fuel cell. Ambos fazem o mesmo trabalho. Olhemos para um elétrico: a eficiência é maior desde o momento de carregamento até à condução. O problema é que para alguns tipos de veículos, como ônibus de longa distância, caminhões, semirreboques ou táxis que funcionem 24 horas por dia, a bateria não iria conseguir cumprir a autonomia desejada. Por isso, precisamos de uma outra solução qualquer, como a pilha de combustível a hidrogênio. Por isso, achamos que esses dois meios vão coexistir, sendo dois tipos de utilização distintos”, indicou, clarificando a sua ideia com um exemplo prático.
“Um carro citadino nunca
será a pilha de combustível. Será sempre elétrico a bateria. Já um caminhão para
uso de longa distância nunca será elétrico de bateria apenas. Há alguns
extremos que são certos e depois haverá uma área em que se irão sobrepor e isso
irá depender [da utilização a que se destinam]. Por exemplo, um carro de
passageiros médio se for de uso particular pode ser elétrico, mas se for um
táxi para utilização contínua na cidade, então deve ser a hidrogênio, o mesmo
para longas distâncias. Haverá uma sobreposição nalguns casos, mas algumas
coisas serão muito claras. Ambas as tecnologias irão existir em paralelo e
ambas são necessárias. A verdadeira mobilidade de zero emissões só será
alcançada a muito longo termo e só será possível se tivermos as duas. Não
existe uma solução única. É um pouco como a gasolina e o Diesel no passado. Há
30 anos, a gasolina será como um elétrico e o Diesel será como um carro a
hidrogênio, numa forma muito simplista de explicar esta equação”, explicou.
Declarando que a Toyota
está já a trabalhar nas duas próximas gerações de tecnologia de pilha de
combustível, Killmann destacou ainda a cooperação frutuosa com a BMW, marca com
que também tem sido defensora desta solução.
“A minha equipea está a
trabalhar em conjunto com a BMW nessa área. Eles têm o seu Série 3 GT e usam as
nossas pilhas de combustível, mas os seus próprios conhecimentos para toda a
eletrônica e afinação do sistema. Penso que a cooperação é bastante boa. Neste
momento, dizem que parece pouco visível e isso acontece porque ainda não há
produtos visíveis. Levará o seu tempo. Estamos agora na primeira geração da
tecnologia, nos primeiros anos de 2020 teremos a segunda geração e a minha
equipe está já a trabalhar na terceira geração”, considerou.
Fazendo alusão à própria
reputação da marca nipônica em termos de fiabilidade e inovação, este
engenheiro que está na Toyota há vários anos lembra que apenas depois de
testada e maturada é que uma tecnologia é lançada no mercado e isso leva
bastante tempo.
“As pessoas apenas veem
os carros a surgir no mercado, mas antes disso leva-se quatro anos a
desenvolver o carro, antes disso mais quatro anos de finalização de tecnologia
e antes disso mais quatro de desenvolvimento da tecnologia ou mais. Ou seja, um
quadro temporal de 12 anos, no total. Por isso, qualquer tecnologia em que
estejamos a trabalhar agora apenas poderemos colocá-la no mercado em 2030. Mas
não podemos falar de produtos futuros”, concluiu.
VerdeSobreRodas, o ponto de encontro com a
mobilidade sustentável
Postagem: Para Toyota futuro será de veículo elétrico e hidrogênio
Publicado no
Verdesobrerodas
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