O Transantiago, que ao lado do
metrô é o principal pilar do transporte da capital e região metropolitana da
capital do Chile, nasceu há 12 anos. Na época, segundo o jornal chileno La
Tercera, ter ônibus elétricos na frota representava apenas uma ideia que servia
para países desenvolvidos e que, dizia-se, era a solução ideal para cidades
poluídas como Santiago.
“Mas os preços da indústria automotiva e a penetração de fabricantes de países como o Brasil naquela época levaram a que a iniciativa não fosse além do papel”, diz a matéria.
“Mas os preços da indústria automotiva e a penetração de fabricantes de países como o Brasil naquela época levaram a que a iniciativa não fosse além do papel”, diz a matéria.
O último governo do país planejou
exigir veículos elétricos na licitação do sistema de transporte no ano passado,
mas o certame finalmente não se concretizou. Na primeira tentativa de
licitação, barrada pelo tribunal de concorrência (uma espécie de TCU chileno)
até um grupo de empresas de ônibus brasileiro tentou arrematar alguns lotes
operacionais.
A administração atual, segundo o
jornal La Tercera, estabeleceu uma meta para comprar os veículos elétricos “de
qualquer maneira este ano”. O objetivo: melhorar a qualidade dos ônibus, já
que alguns deles já haviam excedido sua vida útil e circulam em mau estado.
O subsecretário de Transportes,
José Luis Domínguez, explica que o trabalho foi feito com o setor privado para
adquirir frotas com “emissão zero” de gases de efeito estufa. E em entrevista
ao jornal ele ressalta que a distribuidora de energia Enel foi quem adquiriu os
ônibus da fabricante BYD. O valor da compra será pago pela operadora Metbus,
mediante contrato de 10 anos. A Metbus, por sua vez, receberá os recursos do
Estado.
Segundo alega a autoridade de
transportes chilena, “não são ônibus mais caros, pois no fim representam uma
economia “. Segundo ele, cada veículo chega a custar US$ 330 mil. Até agora a chinesa BYD já
fabricou 60, de um total de 100 veículos comprometidos, que foram vistoriados
pelo subsecretário na última quinta-feira, dia 27 de setembro, em Nanjing,
China. Segundo a matéria, esses ônibus serão enviados por navio para o Chile no
final de novembro.
Além das 100 unidades da BYD,
outros 100 ônibus elétricos serão fabricados nos próximos meses pela empresa
Yutong, podendo chegar a Santiago do Chile durante o verão de 2019. A matéria do La Tercera sublinha
que uma das principais vantagens dos ônibus elétricos será a economia em termos
de preços de energia.
Ouvida pelo jornal, Simone
Tripepi, gerente da Enel X para a América Latina, diz que o custo por
quilômetro é de apenas US$ 70, enquanto um ônibus a diesel sai 3 vezes mais
caro, US$ 210. “Este projeto é único e também esperamos participar da
concorrência que será feita neste ano “, diz ela, na condição de
fornecedora de ônibus às companhias interessadas.
Já Tamara Berrios, gerente
nacional da BYD no Chile, reforça que este grupo de ônibus tem a característica
de não gerar emissões ou ruído. E acrescenta: “as baterias são carregadas em
três horas nas estações que estarão nos terminais”. A
executiva da BYD Berrios acrescenta que os ônibus têm 12 metros de comprimento
e 31 assentos, com capacidade para 80 pessoas, sentadas e em pé. Com wi-fi e ar condicionado, os
elétricos do Transantiago não terão catracas para entrar. O subsecretário de
Transportes, José Luis Domínguez, explica que a evasão será fiscalizada por
meio de contadores de passageiros ou câmeras.
Caberá à Enel a instalação de 100
carregadores elétricos nos terminais de Peñalolén e Maipú. Essa infraestrutura
é fundamental para veículos com autonomia de rodagem de 250 quilômetros e que
precisam ser recarregados em poucas horas.
VerdeSobreRodas, o ponto de encontro com a
mobilidade sustentável
Postagem: Chile aposta em ônibus elétricos
Publicado no
Verdesobrerodas
Por Adamo Bazani conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário