
“Portugal não tem incentivos de conveniência para o cliente. Na
Noruega, os proprietários de carros elétricos tem vários serviços grátis, como
os ferryboats e o estacionamento nas cidades e podem ainda utilizar as faixas
dos autocarros”, destaca Pedro de Almeida.
A introdução destes apoios teria mais efeito do que o aumento
dos apoios financeiros para a compra de carros elétricos por clientes
particulares, defende. Atualmente, há um ‘cheque’ do Fundo Ambiental de 2250
euros para as primeiras 1000 unidades e isenção de imposto sobre veículos
(ISV). As empresas contam com mais incentivos na hora de comprar um veículo elétrico,
como a dedução em sede de IRC e a isenção de tributação autónoma.
Em Portugal, Volkswagen e Audi são as marcas importadas pela
SIVA que vendem carros elétricos e híbridos. A Volkswagen tem versões híbridas
e elétricas do Golf, modelo elétrico do citadino Up e ainda versão híbrida do
Passat; na Audi, para já só há versões híbridas do A3 e Q7. As vendas destes
carros ainda têm muito pouca expressão em Portugal: “são dezenas de unidades”,
lamenta Pedro de Almeida.
O administrador da SIVA lembra que as marcas
automóveis precisam de acelerar as vendas de carros elétricos para diminuir as
emissões. Investir na redução significativa das emissões nos carros a gasóleo e
a gasolina “seria possível tecnologicamente mas isso implicaria bastante
investimento”.
A Noruega é considerado o país mais avançado na mobilidade
elétrica. Segundo a Agência Internacional de Energia, a quota de carros
totalmente elétricos subiu para 39% no ano passado, um aumento de 10 pontos
percentuais face a 2016. A Holanda é o segundo país neste ranking, onde estes
veículos têm uma quota de 6,4%.
Em 2025, o Parlamento norueguês quer que todos os carros à venda
não tenham emissões. Para isso, num dos países mais exportadores de petróleo do
mundo deverão manter-se os incentivos fiscais para compra de veículos e medidas
para promover a sua utilização. Em Portugal, além do ‘cheque’ de 2250 euros
para os primeiros 1000 carros elétricos, as motas mais amigas do ambiente
também deverão contar com um novo apoio este ano, prevê o governo.
As vendas de carros movidos a energias alternativas aceleraram
em 2017. A quota de mercado destes automóveis passou de 2,5% para 4% no ano
passado, segundo os dados provisórios da ACAP – Associação Automóvel de
Portugal – e que foram ontem divulgados pela SIVA. Entre híbridos e carros 100%
elétricos, os modelos plug-in foram os que mais cresceram no ano passado
(+122%). Foram vendidos 2427 carros em que as baterias são utilizadas para
alimentar o motor elétrico e são carregados por tomadas próprias. Nos modelos
totalmente elétricos, foram comercializadas 1638 unidades. Ou seja, houve 638
veículos que já foram comprados sem terem beneficiado do incentivo direto de
2250 euros atribuído pelo Fundo Ambiental e que é válido apenas para as
primeiras unidades.
Este incentivo, em conjunto com o reforço da infraestrutura de
carregamento de veículos, terão sido os dois fatores que mais contribuíram para
a aceleração das vendas deste tipo de automóveis. Até ao final de novembro, o
Renault Zoe, o Nissan Leaf e o BMW i3 foram os três automóveis elétricos mais
vendidos no mercado português, segundo a ACAP. Os dados finais de vendas em
2017 deverão ser conhecidos nas próximas duas semanas.
VerdeSobreRodas, o ponto de
encontro com a mobilidade sustentável
Postagem: Portugal poderá aumentar incentivos
para veículos elétricos
Publicado no
Verdesobrerodas
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