
O desenvolvimento
de carros elétricos, não sendo nenhuma novidade, é ainda uma área em
crescimento no ramo automóvel e neste contexto vão surgindo sempre algumas
novidades.
Vejamos do que a Renault se lembrou, criar um carro elétrico que não
pode ser vendido na íntegra a quem o compra! Simplesmente, fica restrito a um
contrato de aluguer da bateria.
A mais recente novidade da Renault é o novo modelo Zoe,
cuja bateria está dependente de contrato de aluguer a prazo e pagamentos
regulares, o que de certa forma fará com que o carro nunca seja inteiramente do
comprador.
Além do seu aluguer, a bateria traz outra novidade no
sector automóvel: o software DRM – Digital Rights Managment. O DRM, que normalmente se vê
associado à gestão de direitos digitais de editoras para controlar as
visualizações, cópias e impressões de material protegido por direitos de autor,
virá inscrito na bateria deste carro da Renault com a pretensão de criar um
novo e gigantesco modelo de negócio.
Este software permitirá à empresa bloquear
remotamente o carregamento bateria, caso termine o contrato de aluguer ou no
caso de falta de pagamento. Além disso, o DRM ainda recolhe e transmite à Renault
dados sobre alguns hábitos do condutor, sem o seu consentimento: os locais onde
vai, quando vai e a que velocidade, onde carrega a bateria e muitas outras
coisas.
Segundo a Renault, os preços mensais de aluguer e assistência técnica
variam entre as 79 e 162 euros, dependendo do tipo de contrato, em Portugal.
Explicitamente, não existe a informação de utilização do software indicado nas
baterias, contudo, um proprietário do Zoe alerta, num fórum,
para uma cláusula contratual que dá à marca o direito de impedir o carregamento
no final do período de locação e, de acordo com um artigo no Der Spiegel, a
empresa também o poderá fazer quando os pagamentos das mensalidades estiverem
em atraso.
O facto de a marca poder cancelar o carregamento da
bateria, sem antes renovar o contrato ou pagar a prestação do aluguer, pode ser
um entrave para a escolha deste carro, ou de outros nos mesmos moldes. Mas
Karsten Gerloff, da Free Software Foundation Europe (FSFE), sugere a adopção de
software livre para que cada utilizador seja dono do que compra e tenha o
controlo do seu lado. No entanto, esse software aberto é mais susceptível a
levar a mão dos hackers e provavelmente nunca será uma realidade dadas as
implicações de segurança exigidas para a circulação.
VerdeSobreRodas, o ponto de
encontro com a mobilidade sustentável
Postagem: Cliente inadimplente não consegue
carregar bateria do elétrico Zoe
Publicado no
Verdesobrerodas
Por pplwarePT conteúdo
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