
Aposta de Carlos Ghosn era de que o futuro seria reservado aos veículos movidos apenas por energia elétrica e até atrasou a introdução em maior escala dos híbridos e de outras tecnologias, a fim de focar mais atenção nesse novo tipo de carro.
Aplicando US$ 5 bilhões entre 2010 e 2011, Ghosn estava isolado no grupo dos grandes fabricantes de veículos na ideia de promover o carro elétrico, quando quase todo mundo ainda ignorava essa tendência, incluindo montadoras chinesas. Com o Leaf de um lado, pela Nissan, e a linha ZE (Zero Emission) da Renault, pelo outro, o grupo franco-nipônico até apostou na interessante ideia da Better Place, que planejava diversas estações robotizadas para troca de bateria.
Mas, ninguém contava com a rápida
evolução das baterias. Hoje, a ideia de uma estação de troca de bateria já caiu
por terra. O negócio é o aumento de autonomia e nisso, a Renault-Nissan
aprendeu que é melhor não gastar com infraestrutura para um comércio de
baterias, mas entregar o pacote completo ao cliente. Tanto é que a proposta de
aluguel de baterias para o Zoe já tem seus dias contados.
E a partir de agora? Ghosn quer
avançar sobre o mercado de carros elétricos com força, afinal, experiência de
sete anos nisso, a empresa tem. Antes das outras, a Renault-Nissan já trilhava
o caminho, agora é pavimenta-lo. Para isso, 12 novos modelos elétricos surgirão
até 2022. Essa gama será composta por modelos de três marcas, lembrando que a
Mitsubishi também está envolvida.
A rapidez nesses lançamentos é
crucial para a Renault-Nissan, mais que para as outras empresas. O motivo é
óbvio: eles começaram com isso, então devem manter-se na vanguarda da
tecnologia. Isso porque Volkswagen, BMW e outros fabricantes estão
eletrificando suas gamas com objetivo de dominarem o mercado, tanto de massa,
quando de luxo.
Nessa nova onda elétrica, Carlos
Ghosn pensa não só nos níveis acima, mas especialmente na gama de entrada desse
novo mercado. Para isso, prepara um carrinho elétrico de US$ 8.000 para o
mercado chinês. Mas não é qualquer carro e nem mais um produto exclusivo
daquele país.
Trata-se do Renault Kwid, o “SUV
dos compactos” feito no Brasil e inicialmente na Índia. A proposta
anteriormente divulgada falava que o pequenino elétrico seria feito para os
mercados chinês e indiano, mas agora sabe-se que também para o Brasil, de
acordo com o site Automotive News Europe.
Por conta dos encargos tributários
brasileiros, dificilmente o modelo alcançará um preço de pouco mais de R$ 26
mil. Mas, se custar 50% mais que no mercado chinês, ainda conseguiria ficar
abaixo de R$ 40 mil. Se pensarmos ainda no dobro do preço, seu valor seria
equivalente ao do limitado carrinho da HighTec.
A ideia parece absurda, dada o
custo dos carros elétricos atualmente, mesmo fora do Brasil, mas a Renault já
sabe que sem ser rentável, o produto nunca sairá do papel. A dúzia de modelos
elétricos planejados para 2022 não serão de carros de nicho, promete a empresa.
Serão veículos de alto volume e o Kwid faz parte desse time de massa. Outro
ponto importante é o custo de produção, que será compartilhado dos carros
comuns, já que a Renault-Nissan-Mitsubishi pretende vender 9 milhões de carros
em apenas quatro plataformas daqui a seis anos.
VerdeSobreRodas, o ponto de encontro com a
mobilidade sustentável
Postagem: Grupo Renault-Nissan aumenta aposta nos carros elétricos
Publicado no
Verdesobrerodas
Por Noticias Automotivas conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário